sábado, 19 de março de 2011

115 anos da entronização de São José em Ponta da Serra - Por Antonio Correia Lima

Prezado leitor, mais uma vez me aproprio deste espaço dedicado ao EDITORIAL para dar um destaque todo especial a um assunto que considero muito relevante para nossa comunidade.

Já que o assunto é propício, pretendo em poucas linhas traçar um perfil histórico sobre a presença de São José, operário ou não operário, em nossa comunidade.

Tudo começou no dia 25 de dezembro de 1895, quando o Padre Antonio Alexandrino de Alencar, o mesmo da polêmica do suposto milagre de Juazeiro, celebrou a missa inaugural da Casinha de Oração, edificada pelo vaqueiro José Bernardo Viera, tido e havido, como o fundador de Ponta da Serra

Nesses últimos dias, um assunto tem mexido com a comunidade: o vigário recém chegado, Padre Ribeiro, trouxe uma idéia de se construir uma nova capela, e isso veio acalhar a uma outra idéia, a de se construir uma capela em homenagem a Mãe Rainha, desejo do casal Edval Ribeiro e Terezinha Benicio, em terreno de sua propriedade, em frente ao Serravento Club

Ao que se sabe, Terezinha já fez a doação do terreno. Cogita-se, na comunidade, que há a intenção do vigário de construir uma grande capela, que terá como patrono, não a Mãe Rainha, mas São José Operário.

Todos nós sabemos que não existem dois ou três “São José”, tudo isso é fruto da imaginação das pessoas. No caso de Ponta da Serra, o que se comentou na época, é que a Diocese, após criar a Paróquia de Ponta da Serra, segundo informações, no paroquiato do 4 vigário, para diferenciar da Paróquia de São José do Seminário, resolveu acrescentar o “Operário”, mudando também, o dia da sua comemoração, de 19 de março, para 1º de maio.

Ainda sobre o assunto “Operário ou não” realizei uma ampla pesquisa na Internet e constatei que tanto a imagem com o Menino Jesus no braço como as com ferramentas de carpinteiro, são tidas como São José Operário.

Mas, na verdade, o que mais quero com esse artigo é contar a trajetória das imagens de São José em nossa comunidade.

Considero quatro imagens no decorrer desses 115 anos, desde a casinha de oração até os dias de hoje.

A primeira, trata-se de um quadro em moldura de ferro ( Vide foto), que pertenceu à residência do casal José Bernardo Viera e Maria Felícia Pereira da Silva( meus bisavós paternos), os fundadores, certamente, devotos fervorosos de São José; A segunda, trata-se de uma pequena imagem em gesso( vide foto), que serviu de imagem principal de 1895 até 1940, quando da chegada da imagem grande( a terceira) Vale salientar que após 1940, essa pequena imagem atuou como auxiliar da grande até a década de 60, quando da chegada da imagem média( a quarta), a que se utiliza em procissões.

É importante lembrar que essa imagem pequena, hoje em poder da família Bernardo Vieira, permaneceu como imagem principal,por mais 10 anos, mesmo depois da construção da capela atual, em 1930.

Ao que se consta, a capela atual foi construída, totalmente, em regime de mutirão pela população da região, à época.

Um fato me foi narrado, de que na transição da casinha de oração para a capela nova alguns moradores devotos de N. S. do Perpétuo Socorro pretendiam, no meu entender “dar uma rasteira em São José”, após 35 anos como patrono da pequena povoação, substituindo- o pela citada Santa. Não há dúvida de que existiu aí um forte interesse de enfraquecer aquelas famílias primitivas que tinham São José como sua propriedade, no caso a família Bernardo na figura dos filhos do José Bernardo Viera, que tiveram um certo domínio na condução dos trabalhos da Igreja até os idos de 1942.

Dessa forma, espero está dando mais uma contribuição para a historiografia da nossa região.

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